No campo da economia José Carlos Durand (1988) surge com um instigante trabalho de pesquisa que aborda como a moda nas sociedades industriais surge, em um primeiro momento, com a alta costura como um setor de bens e serviços de luxo em Paris (maison Worth na segunda metade do século XIX) florescendo devido a uma disposição da elite em consumir no início da Belle Époque. E em um segundo momento, com a moda industrial. Que surge a partir do desenvolvimento de um mercado (devido a facilidade para a circulação de mercadorias e da propaganda em revistas de moda) para a produção em escala industrial. Ajustando as 'efemeridades' da moda ao ritmo industrial, ou seja, tornando a moda previsível, rápida, padronizada e em grande escala. Existe um capítulo em sua obra dedicado a moda no Brasil, onde o autor expõe as especificidades da moda nacional (a importância das indústrias têxteis e suas promoções, a especificidade dos criadores nacionais, as feiras de moda, etc.).
Este autor elenca o caráter feminino, artístico (de valor estético) e comunicativo que a roupa possui. Roupa e moda são definições que já possuem relação estabelecida para o autor, ele não explica os seus conceitos. Talvez porque ele está focalizando a constituição da Alta-costura em Paris na mudança do século XIX para o XX. Porém, acredito que uma explicação seria necessária.